Em Ilhabella, o problema é com o turista que leva cachorro para passear na praia. Tenha dó. Além de ilegal, isso gera um enorme problema de saúde pública. A criançada da ilha tem muito mais doenças de pele do que os paulistanos, por conta de urina e fezes que esses animais deixam na areia.
O Astor e a Naná, meus pastores alemães, ganham bastante carinho de toda a minha família. Mas não entram dentro de casa. E quando incomodam uma visita, ficam presos na área de serviço.
Deveríamos usar bichos virtuais para ensinar os seres humanos a se relacionarem com animais de uma maneira mais equilibrada. Lembro como se fosse hoje a febre do Tomagotchi, em 1996. Um aparelho simples, que simulava as funções básicas de um ser vivo, e colocava em nossas mãos a responsabilidade de alimentá-lo, dar carinho e atenção.
Em dois anos, 40 milhões de unidades foram vendidas em todo o mundo. Seu criador, Aki Maita, fez do conceito de virtual pet uma coisa popular. [...]
Um Tamagotchi tem a forma de um pequeno ovo plástico, com uma tela de cristal líquido em preto-e-branco. Possui três botões, pelos quais é possível interagir com o bichinho.
Quando a gente liga um Tamagotchi pela primeira vez, um pequeno ovo aparece na tela. Em um minuto, a casca começa a rachar, e aparece uma pequena criatura. Apertando os botõezinhos, a gente alimenta o Tamagotchi, brinca com ele, limpa sua casinha ou dá remédio quando ele fica doente. Os botões também permitem checar sua idade, peso, fome, nível saúde e caráter. [...]
Se tudo isso era possível para um ovinho de plástico vendido por cerca de US$10 há 9 anos, vocês podem imaginar o que está rolando hoje? Um cachorro robô Aibo, da Sony, vendido hoje por US$1.8 mil, tem milhares de nuances de personalidade. E ainda pode mudar o canal de TV, entender nossos comandos de voz ou funcionar como webcam sem fio, vigiando nossa casa.
Um Aibo ainda não pode me dar o carinho que recebo do Astor e da Naná. Mas em poucos anos a tecnologia vai nos colocar diante de seres cibernéticos capazes de desafiar nossa inteligência e confundir nosso ♥ .
Ricardo Anderáos.
Um comentário:
Concordo com o autor quando ele sugere que tratar bicho como gente pode ser negativo. Concordo, pelo simples fato de que devemos respeitar a natureza dos não-humanos, pelo bem-estar deles. Só por isso. Mas, que história é essa de comparar bicho com Tamagotchi?? Por acaso este senhor nunca ouviu falar que bicho não é brinquedo?? Outra coisa, se o "dono" do animalzinho o leva à praia e não o educa pra que não faça suas necessidades na areia, este ser(humano) é que é errado. Quanto às doenças transmitidas por cães, se o bicho for vacinado e vermifugado não transmite doença nenhuma. Além do mais, se as prefeituras cuidassem dos cães e gatos que vivem nas ruas, pelo menos fizessem mais campanhas no que diz respeito à posse responsável, cobrassem mais também , esses bichinhos não seriam animais errantes, não ficariam doentes e, consequentemente, não ofereceriam perigo a nós, seres humanos.
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